Nem tudo o que parece justo tem efeitos positivos.
“Os ricos que paguem a crise” era uma palavra de ordem da extrema-esquerda em 1975. Parece justo que quem mais tem contribua em maior grau para combater a crise.
O problema, porém, está em como concretizar essa ideia. Frequentemente, as medidas que se tomam são contraproducentes.
Veja-se o que se passa em França. Fiel às suas promessas eleitorais, o Presidente Hollande subiu muito os impostos (que já eram altos) sobre os mais ricos. E prepara-se para fazer aprovar uma lei que limita às empresas a possibilidade de encerrarem unidades fabris, mesmo que já não dêem lucro.
As limitações ao encerramento de fábricas irão afastar o investimento empresarial de França, agravando o desemprego.
Por outro lado, numerosos altos quadros empresariais franceses estão a deslocar-se para outros países, sobretudo para a Grã-Bretanha, onde os impostos são mais baixos.
O que é facilitado pelo facto de os grandes grupos económicos franceses terem apenas um quinto da sua actividade em França: os gestores podem continuar a dirigir os negócios da sua empresa a partir de Londres, por exemplo.