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Opinião

O regime saudita

15 fev, 2011

Na quinta-feira passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita insurgiu-se contra o que classificou de “interferência escandalosa” de países estrangeiros no Egipto. Horas depois, Mubarak falava pela televisão, continuando a adiar a sua saída para Setembro. E também garantiu não ir ceder a pressões externas. Como se sabe, saiu do poder no dia seguinte.

Foi o Exército egípcio quem empurrou Mubarak para fora da presidência. Mas a tal ingerência de outros países era evidentemente a pressão americana. Os Estados Unidos fornecem equipamento e financiam em mais de mil milhões dólares as Forças Armadas do Egipto, o que lhes dá poder negocial.

Washington também apoia o Exército saudita, mas aí as suas pressões no sentido da democratização não têm obtido resultados. Na Arábia Saudita, não só manda uma monarquia arcaica como tem grande força o islamismo sunita radical.

O drama é que ali estão as maiores e mais baratas reservas de petróleo do globo. No dia em que explodir o regime saudita as consequências para mundo serão dramáticas.