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Ribeiro Cristóvão

Respeitar opções

24 mai, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Paulo Bento não tem que dar justificações e muito menos abrir espaço a polémicas estéreis que, a acontecerem, só viriam prejudicar o normal desenvolvimento do trabalho de preparação há pouco iniciado.

Respeitar opções

De repente, Paulo Bento viu-se confrontado com a necessidade de proceder a alterações nas suas escolhas para a fase final do Euro 2012. E assim, face à lesão irrecuperável de Carlos Martins, acaba de chamar Hugo Viana para integrar a preparação que decorre em Óbidos, depois de há poucos dias ter afirmado que o médio bracarense não cabia no modelo de jogo que desenhara para aquela competição.

Como se depreende, estamos perante matéria que se presta às mais variadas especulações e dúvidas sobre quais teriam sido as verdadeiras razões que levaram o seleccionador a mudar de ideias em tão curto espaço de tempo.

E há sobre esta questão os mais diversos pontos de vista. Desde aqueles que entendem que as características de Hugo Viana não são comparáveis às de Carlos Martins, e por isso não haver razão para uma opção que consideram estranha, até aos que prefeririam que esta inesperada e lamentável troca fosse antes protagonizada por Manuel Fernandes.

Paulo Bento fez a sua escolha e só ele poderá explicar porque assim procedeu. Bom será no entanto não esquecer que durante dias a fio andou meio a mundo a tentar “vender” ao seleccionador o nome de Hugo Viana, pelo que o despontar de alguma controvérsia não parece agora fazer qualquer sentido.

Muitas vezes há razões que apenas são do domínio de um núcleo muito restrito, e esse pode ser o caso presente, o que nos leva a pensar que Paulo Bento não tem que dar justificações e muito menos abrir espaço a polémicas estéreis que, a acontecerem, só viriam prejudicar o normal desenvolvimento do trabalho de preparação há pouco iniciado.

Respeitemos, por isso, as suas opções, cientes de que as entende como as que melhor se ajustam ao objectivo que todos pretendemos alcançar, e que não pode nem deve ser objecto de desvios de qualquer espécie, muito menos tendo por base argumentos pouco consistentes e desajustados.