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Ribeiro Cristóvão

A grande festa

18 mai, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Trata-se do grande encontro, tantas vezes marcado por desequilíbrios que não raramente são desmentidos por um jogo ardorosamente disputado, sem que se atenda à ideia de que há um mais forte e, por isso, mais candidato a erguer o troféu.

A grande festa

O Vale do Jamor vai receber de novo, neste domingo, a festa da final da Taça de Portugal, um acontecimento que arrebata todos os anos o país inteiro, independentemente das equipas que conseguem chegar àquele momento de verdadeira consagração de toda uma temporada.

São poucas as semelhanças entre Campeonato e a Taça, que vem logo a seguir. Os protagonistas são por via de regra os mesmos, mas o espírito que os norteia é diferente.

Trata-se do grande encontro, tantas vezes marcado por desequilíbrios que não raramente são desmentidos por um jogo ardorosamente disputado, sem que se atenda à ideia de que há um mais forte e, por isso, mais candidato a erguer o troféu.

Desta feita, cabe à Académica e ao Sporting honrarem a tradição de um acontecimento festivo, que vai levar ao Estádio Nacional milhares de adeptos.

Com história e percursos diferentes, cada um jogará o melhor que souber os trunfos de que dispõe, sem que à partida se possa dizer que há já um vencedor antecipado.

À equipa de Coimbra, que ainda procura manter a mística de outros tempos em que os estudantes se sentiam verdadeiramente nela representados, mas que nem por isso deixou de manter traços de grande ligação à academia e à cidade, viaja para Lisboa munida dessa fé de que será capaz de repetir o sucesso de 1939.

Nesse ano, era então dado início à segunda mais importante competição do futebol português, e logo a Académica inscreveu o seu nome, primeiro do que todos os outros.

O feito ainda hoje é recordado, fazendo desfilar os nomes dos heróis dessa saga, que outra equipa da cidade do Mondego jamais conseguiu repetir até agora.

Para o Sporting, a situação apresenta-se diferente. Com 15 taças conquistadas em 25 presenças na final, os leões entram no Jamor com outro currículo, o que não significa que possuam credenciais mais poderosas.

Importante é a grande festa que o futebol merece.

Depois de uma temporada marcada de novo por discussões estéreis e repetitivas, a final da Taça de Portugal pode vir a constituir-se também como uma excelente antecipação do Euro-2012 que vem a seguir, e no qual os portugueses depositam sérias e fundamentadas esperanças.