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Ribeiro Cristóvão

Resistência

07 mai, 2012 • Ribeiro Cristóvão

O clube ao qual a cidade do Lis virou as costas há muito tempo desce à segunda divisão, após vários anos de permanência no escalão principal, onde chegou a alcançar alguma notoriedade.

Resistência

Em mais um espectacular golpe de magia do seu presidente, não se confirmou a auto-proclamada desistência da União de Leiria, mas chegou ao fim a resistência de uma equipa feita em farrapos que resistiu enquanto pôde e as condições de governabilidade o permitiram.

O clube ao qual a cidade do Lis virou as costas há muito tempo desce assim à segunda divisão, após vários anos de permanência no escalão principal, onde chegou a alcançar alguma notoriedade, servido por alguns jogadores e treinadores que atingiram patamares de relevo no panorama nacional e internacional.

José Mourinho e Derlei foram, sem dúvida, as principais estrelas de uma constelação onde brilharam também Manuel José, Jorge Jesus, Helton e Paulo Alves, entre outros.

E quando falta apenas uma jornada para atingir o termo do campeonato, são poucas as resistências que ainda permanecem, e obstam à clarificação de todas as dúvidas.

Arrumadas as equipas até ao oitavo lugar, resta o apuramento definitivo para a Liga Europa, ainda dependente da final da Taça de Portugal.

Do mesmo modo, persiste a incógnita sobre quem acompanhará os leirienses na descida de divisão.

Tudo ficará decidido no Minho no próximo sábado: enquanto a Académica estará em Guimarães, o Feirense, mais próximo da condenação, joga cartada muito difícil em Barcelos.

No clássico da jornada penúltima, o Sporting sepultou no Dragão as remotas possibilidades de que ainda dispunha de poder aspirar à participação na Champions da próxima temporada.

Algumas contrariedades, antes e durante o desafio com o campeão, terão contribuído para que esse objectivo não viesse a ser alcançado.

Registo também para mais uma pálida actuação do Benfica, esta na despedida do estádio da Luz, com apenas meia casa, e com os adeptos a deixarem bem à vista a exigência de que são necessárias mudanças para os tempos que aí vêm.

Uma nota final para o Estoril Praia que assegurou o regresso à primeira divisão, donde andava arredado há sete anos.

É o resultado de um esforço colectivo notável de um clube de parcos recursos, mas com um passado que honra uma pequena mas indefectível massa associativa.