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Ribeiro Cristóvão

Salvé campeões

30 abr, 2012 • Ribeiro Cristóvão

Não obstante algumas dúvidas que permaneciam, especialmente fora do estádio do Dragão, a equipa foi capaz de arrostar contra a descrença de muitos até se instalar no primeiro lugar do pódio, onde está definitivamente colocada.

Salvé campeões

Apesar de alguns largos períodos em que as dúvidas assaltaram a própria família portista, assentes, sobretudo, na capacidade do seu técnico em conduzir a equipa até à vitória final, a verdade é que o título aí está sem margem para discussões que tendam a desvalorizar o mérito de quem chega na frente ao fim de trinta jornadas, e quando estão ainda duas por cumprir.

Pode também chamar-se à discussão o demérito do Benfica a partir de determinado período do campeonato, quando a equipa começou a ceder por força de uma inesperada incapacidade colectiva. Porém, tal responsabilidade tem de ser em primeiro lugar assacada ao seu treinador que dispôs, desde o início, de um grupo que dava então mostras de estar talhado para chegar ao sucesso, e até com relativa facilidade.

O avanço que o Benfica atingiu em determinada altura em relação a toda a concorrência chegou a parecer irreversível. Mas não foi. Pelo que essa circunstância terá que obrigatoriamente ser objecto de estudo sério por parte dos responsáveis, que devem aos seus milhões de apaniguados uma explicação sobre as circunstâncias que estiveram na base deste descalabro e de quem esteve na sua origem.

Aproveitou o Futebol Clube do Porto, fazendo valer a enorme capacidade e experiência de que dispõe para emergir em momentos como esse. E, não obstante algumas dúvidas que permaneciam, especialmente fora do estádio do Dragão, a equipa foi capaz de arrostar contra a descrença de muitos até se instalar no primeiro lugar do pódio, onde está definitivamente colocada.

Há méritos a destacar nesta conquista. Desde logo dos jogadores, a que se deve juntar um treinador que nunca tendo reunido a unanimidade da família azul e branca soube resistir e, mesmo por entre alguns erros, conduzir uma nau que por vezes deu a ideia de estar quase a submergir. E, claro, mérito muito especial do presidente de uma colectividade que dirige há muitos anos com o registo de uma carteira de conquistas que nenhum outro rival será capaz de igualar.

Saúde-se, por isso, o novo campeão, que vai agora certamente programar o futuro que aí vem, convicto de que há mudanças inevitáveis a fazer num grupo onde a mística pode nem sempre chegar para enfrentar todas as dificuldades.

O triunfo no campeonato é pedra basilar de todas as outras conquistas. Convirá no entanto não esquecer que a exigência se coloca sobretudo a nível internacional. E aí, este Porto, justamente festejado campeão nacional, provou que essa mística não chegou nem chega para todas as encomendas.