Os resultados da primeira volta das presidenciais francesas revelam o volte-face de um dos pais da integração europeia, donde poderá resultar um monumental sarilho que acabe de vez com o euro.
De Jean Monnet a Robert Schuman, foram franceses os principais impulsionadores da integração europeia. E veio da França o grande empenho na moeda única europeia, de maneira a libertar-se do domínio do marco alemão.
Mas, em Setembro de 1991, a França ratificou por uma unha negra o Tratado de Maastricht, que criou a moeda única. E, em 2005, noutro referendo, os franceses chumbaram a chamada “Constituição europeia”.
Os resultados da primeira volta das eleições presidenciais francesas acentuam a hostilidade do país à integração europeia.
Extrema-direita e extrema-esquerda, ambas anti-europeias, somaram 30% dos votos. E os dois candidatos que disputam a segunda volta têm defendido posições muito pouco europeístas.
Sarkozy insiste no proteccionismo, no retorno às fronteiras nacionais e em impedir a entrada de imigrantes. Hollande, o mais provável vencedor, além de anunciar medidas que subirão a despesa pública, quer rever o Tratado Orçamental, que Portugal já ratificou.
Daí poderá resultar um monumental sarilho que acabe de vez com o euro.