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Ribeiro Cristóvão

Luz a dobrar

21 mar, 2012 • Ribeiro Cristóvão

O estádio da Luz acabou por se transformar em palco de festa dupla e, pelo menos num dos casos, com motivos de contentamento também para todos os portugueses.

Luz a dobrar

Numa terça-feira que poderia ter sido sensaborona, o estádio da Luz acabou por se transformar em palco de festa dupla e, pelo menos num dos casos, com motivos de contentamento também para todos os portugueses.

Ainda antes do clássico, que marcou mais uma jornada da Taça da Liga, chegava de Nyon a notícia transportando consigo a decisão da UEFA de designar o estádio lisboeta para a final da Liga dos Campeões, em Maio de 2014.

Sem ser propriamente uma grande surpresa, uma vez que Portugal dispõe neste momento de alguns dos melhores estádios do mundo, a escolha reflecte o prestígio que o futebol português tem vindo a cimentar nas mais altas esferas internacionais.

No que à Champions diz respeito, apenas por uma vez um estádio português foi designado para local da grande festa. Remonta a 1967 e teve como intervenientes o Celtic de Glasgow e o Inter de Milão. A então Taça dos Campeões viria a ser ganha pelos escoceses por 2-1, num jogo no estádio Nacional de que os mais antigos ainda guardam memória.

Depois disso fomos brindados com a organização de outras finais. Em 1992, com o estádio da Luz quase vazio, o Werder de Bremen arrecadava a Taça dos Vencedores de Taças ao bater o Mónaco, por 2-0, sendo nesse tempo o português Rui Barros uma das figuras centrais da equipa monegasca.

Quanto à Taça UEFA, também por aqui passaram duas finais, por sinal, ambas de má memória. Em 1983, quando o vencedor ainda era encontrado em duas mãos, depois de ter perdido em Bruxelas, por 1-0, frente ao Anderlecht, o Benfica não foi capaz de ir além de um empate a um golo, e por isso com os belgas a arrebatarem o troféu.

Mais recentemente, em 2005, no estádio de Alvalade ainda a cheirar a novo, o Sporting não teve capacidade para aproveitar todas as condições que jogavam a seu favor, perdendo com o CSKA de Moscovo por 3-1, depois de ter chegado ao intervalo com a vantagem de 1-0.

Com a notícia de ontem, o Benfica tem duplo motivo para festejar. À decisão da UEFA pôde juntar a determinação da sua equipa para finalmente levar de vencida, com todo o merecimento, o FC Porto e assim conquistar o direito de estar presente em mais uma final da Taça da Liga.

Mais uma frente a preencher o já sobrecarregado calendário de fim de estação da equipa de Jorge Jesus. Desvalorizada por muitos agentes do futebol, a Taça da Liga continua à espera que os responsáveis se lembrem de dar uma volta ao seu regulamento, conferindo-lhe assim características mais abrangentes e interessantes.