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Francisco Sarsfield Cabral

Fundos de Bruxelas

20 mar, 2012 • Francisco Sarsfield Cabral

Não há hoje dúvidas sobre a prioridade da sua aplicação: combater o desemprego. Mas isso não se faz deitando dinheiro para cima dos problemas.

Fundos de Bruxelas
Quando os fundos de Bruxelas começaram a vir para Portugal, a partir de 1988, era fácil decidir as prioridades da sua aplicação. Por exemplo, quase não havia auto-estradas e faltava saneamento básico.

Depois, as prioridades tornaram-se menos evidentes e muito dinheiro foi investido só porque estava disponível. Houve investimento, mas mau investimento. Por isso, os fundos de Bruxelas tornaram-se provavelmente um factor negativo para o crescimento sustentável da nossa economia.

Voltámos, agora, à situação de não haver dúvidas sobre a prioridade na aplicação dos fundos de Bruxelas. E ainda restam 60% do dinheiro possível de utilizar até ao fim de 2013, numa altura em que a comparticipação portuguesa poderá andar apenas pelos 15% do custo dos projectos.

A prioridade, claro, é combater o desemprego. O que não se faz simplesmente deitando dinheiro para cima dos problemas. Terão de surgir projectos sustentáveis e empregos não artificiais. O que exige um esforço da iniciativa privada e dos poderes públicos.

Na crise em que nos encontramos seria criminoso desperdiçar esta oportunidade.