Não há hoje dúvidas sobre a prioridade da sua aplicação: combater o desemprego. Mas isso não se faz deitando dinheiro para cima dos problemas.
Quando os fundos de Bruxelas começaram a vir para Portugal, a partir de 1988, era fácil decidir as prioridades da sua aplicação. Por exemplo, quase não havia auto-estradas e faltava saneamento básico.
Depois, as prioridades tornaram-se menos evidentes e muito dinheiro foi investido só porque estava disponível. Houve investimento, mas mau investimento. Por isso, os fundos de Bruxelas tornaram-se provavelmente um factor negativo para o crescimento sustentável da nossa economia.
Voltámos, agora, à situação de não haver dúvidas sobre a prioridade na aplicação dos fundos de Bruxelas. E ainda restam 60% do dinheiro possível de utilizar até ao fim de 2013, numa altura em que a comparticipação portuguesa poderá andar apenas pelos 15% do custo dos projectos.
A prioridade, claro, é combater o desemprego. O que não se faz simplesmente deitando dinheiro para cima dos problemas. Terão de surgir projectos sustentáveis e empregos não artificiais. O que exige um esforço da iniciativa privada e dos poderes públicos.
Na crise em que nos encontramos seria criminoso desperdiçar esta oportunidade.