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Ribeiro Cristóvão

O fantasma inglês

23 fev, 2012 • Ribeiro Cristóvão

"Não era imaginável que a eliminação do FC Porto viesse a traduzir-se por um resultado tão desnivelado (...) e que, na realidade, não tem correspondência com o que se passou durante os noventa minutos de jogo".

O fantasma inglês

Havia perfeita consciência das dificuldades que o Futebol Clube do Porto iria encontrar frente ao Manchester City, ao ponto de parecer irremediável o afastamento do campeão português da Liga Europa, para onde fora atirado depois de uma passagem sem brilho pela Champion’s.

Porém, não era imaginável que essa eliminação viesse a traduzir-se por um resultado tão desnivelado como aquele com que os portistas saíram do Ettihad Stadium mas que, na realidade, não tem correspondência com o que se passou durante os noventa minutos de jogo.

Dizíamos ontem que o assalto ao castelo do Manchester City exigia uma enorme concentração, que excluía qualquer erro ao longo de todo o desafio.

Viria a acontecer exactamente o contrário, mercê de um falhanço inaceitável que logo aos 18 segundos deitou por terra todas as hipóteses de recuperação.

O castigador desnivelamento do resultado só começou a esboçar-se no último quarto de hora da partida e por força de algumas contingências das quais, a mais importante, tem a ver com a expulsão de um dos seus mais experientes jogadores, o defesa central Rolando.

Mesmo com alguns factores do seu lado que podem atenuar um pouco este “desastre” como, por exemplo, o aparente controlo do jogo, a verdade é que o Porto voltou a não ser capaz de afastar o fantasma inglês ao perder o 14º jogo das 16 vezes em que foi chamado a território de Sua Majestade.  

O histórico europeu desta equipa portuguesa sofreu assim novo abalo que se saldou em nova goleada sempre difícil de digerir.

Ficamos agora a aguardar pelo desempenho, hoje de Sporting e Sporting de Braga, portadores de graus de dificuldade diferenciados.

Os minhotos, que chegaram a Istambul vergados ao peso de uma derrota imposta pelos turcos no jogo de há uma semana não deverão ter grandes possibilidades de a reverter.

Os leões da capital partem para esta jornada protegidos por um empate conseguido em Varsóvia frente ao Légia, mas assustados pelas exibições pouco encorajadoras que têm protagonizado nos últimos tempos.

E, se essa tendência não for invertida, existe até o risco de os polacos aproveitarem as debilidades que continuam a fragilizar a equipa lisboeta.