21 fev, 2012
Aconteceu com as duas anteriores intervenções do FMI (1978 e 1983), depois com as condições para entrar no primeiro grupo do euro, etc. Daí a utilidade da actual troika.
Não é preciso concordar com tudo o que consta do memorando acordado com a troika para reconhecer que, sem a sua pressão, reformas que eram reclamadas há décadas continuariam por concretizar. Porque as reformas, se são sérias, beliscam interesses instalados. Para os políticos é mais cómodo adiá-las.
Infelizmente, a pressão externa não foi eficaz na prevenção das nossas derrapagens orçamentais. Em 2001 fomos o primeiro país a violar o Pacto de Estabilidade da zona euro. Mas este Pacto, imposto pela Alemanha sobretudo para travar o despesismo do Estado italiano, foi “flexibilizado” e, pior, não foi cumprido pela própria Alemanha e também pela França, sem consequências. Agora, com a troika – e muito por influência do FMI – a pressão é mesmo a sério. Ainda bem.