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Ribeiro Cristóvão

Domingos? Paciência!...

13 fev, 2012 • Ribeiro Cristóvão

"Após desenvolvimentos de que certamente nunca haverá conhecimento total, Domingos terá sido chamado hoje pelos responsáveis do Clube de Alvalade que pouco mais lhe terão dito do que 'paciência…é altura de rompermos uma ligação que cada vez faz menos sentido', passando daí ao natural acerto de contas que, ao que parece, não se apresenta muito fácil".

O Sporting acaba de repor aquele princípio tantas vezes repetido segundo o qual “no futebol, o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira”.

Proclamou-o em tempos Pimenta Machado, tornou-se depois prática corrente de uma boa fatia dos dirigentes portugueses para os quais a honra da palavra dada tem significado muito relativo, como se constata com inusitada frequência.

Godinho Lopes, Presidente do Sporting dizia, há pouco mais de 24 horas, não fazer qualquer sentido questionar a continuidade do treinador que contratou vai para nove meses, acrescentando que a estrutura se mantinha na perseguição dos objectivos ainda passíveis de alcançar.

Após desenvolvimentos de que certamente nunca haverá conhecimento total, Domingos terá sido chamado hoje pelos responsáveis do Clube de Alvalade que pouco mais lhe terão dito do que “paciência…é altura de rompermos uma ligação que cada vez faz menos sentido”, passando daí ao natural acerto de contas que, ao que parece, não se apresenta muito fácil.

De resto, esta parecia, há algum tempo, a única solução possível.

Os resultados e as exibições estavam longe de satisfazer a exigente e frustrada massa associativa, as opções do treinador eram cada vez mais objecto de discussão na praça pública, começava a tornar-se evidente a dificuldade de Domingos em lidar com as questões disciplinares, como o caso Bojinov deixou bem à vista.

Sabendo-se que nesta débacle leonina não pode existir apenas um culpado, fica-se entretanto por saber se a saída de Domingos vai ou não arrastar consigo outras  rescisões de responsáveis pela situação a que o clube chegou.

No Sporting, a paciência escasseia há muitos anos.

As vitórias não surgem, a frustração sobe de tom e, como se isso não bastasse, o vizinho do lado consolida e reforça a sua projecção, mercê da adopção de políticas mais adaptadas à realidade. E essa é uma dor que faz mossa para os lados de Alvalade.

Sá Pinto é, a partir de agora, o porta-estandarte de uma nova esperança.

Chamado numa altura em que as labaredas alastram, veremos até que ponto será capaz de transmitir aos seus novos comandados o espírito guerreiro que fez dele um dos mais emblemáticos jogadores do Sporting.

Ao contrário, deixar cair o pouco que ainda há para conquistar, significará tão só apressar o fim que ninguém deseja, nem mesmo a concorrência mais directa.