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Ponto de Vista

Um imperativo ético

04 jan, 2011

Começaram a aparecer críticas ao que se tem chamado, depreciativamente, a “caridadezinha”. Decerto que, às vezes, os gestos de ajuda aos mais pobres são feitos, e tornados públicos, por motivos pouco nobres – desde a vaidade pessoal até ao desejo de ganhar uma boa imagem, seja na política ou nos negócios.

Mas essas atitudes não devem fazer-nos esquecer o essencial. Não podemos esperar de um Estado em graves dificuldades financeiras uma grande ajuda no combate à pobreza. Aliás, algumas acusações à tal “caridadezinha” têm a ver com a ideia errada de que tratar dos pobres é tarefa apenas do Estado, não responsabilizando as pessoas e a sociedade civil. Já se disse, até, que dar esmola a um pobre era atrasar a revolução…

Os pobres estão hoje numa situação mais difícil do que no passado. Porque nessa altura viviam em aldeias, onde sempre havia alguma ajuda da comunidade. Agora, muitos dos que passam pior vivem isolados nas cidades, sem alguém que fale com eles sequer.

Ajudar os mais pobres, hoje infelizmente em número cada vez maior, é um imperativo ético. Para todos nós.