24 jan, 2012 • Ribeiro Cristóvão
O cerco a José Mourinho no Real Madrid está a apertar cada vez mais, não obstante as excelentes perspectivas de ainda poder ganhar o campeonato de Espanha, no qual desfruta de uma confortável vantagem sobre o seu mais directo competidor, o Barcelona.
Ao enfrentar a poderosa imprensa espanhola e a forma como o fez, o técnico português fez descer sobre si o garrote que mais tarde ou mais cedo acabará por estrangulá-lo.
Sobretudo o afrontamento ao jornal a Marca não deixará de lhe causar muitos estragos, dado tratar-se do elo mais influente que circula e liga o país vizinho e, para mais, com uma forte e nunca desmentida afectividade para com o Real Madrid.
A revelação feita por aquele jornal sobre discussões incendiárias havidas recentemente no balneário dos merengues, poderá ter sido o começo de um fim anunciado logo que começou a tornar-se evidente a dificuldade de Mourinho em descobrir a fórmula que ajude a atenuar a esmagadora superioridade actual dos catalães.
E os assobios que se ouviram no domingo, pela primeira vez, no estádio Santiago Barnabéu mais não foram do que um claro sinal de que os adeptos começam a estar cansados de um treinador que muito prometia, mas cujos resultados desapontam tanto como algumas descoloridas exibições da equipa que comanda.
O bom tempo já lá vai. O estado de graça acabou.
E amanhã, José Mourinho tem mais um pesadelo pela frente, com o Barcelona a sair-lhe outra vez ao caminho.
Agora já não será um teste.
Provavelmente apenas mais um capítulo sombrio de uma história que um dia chegou a ter todas as condições para vir a ser uma história de sonho.