17 jan, 2012 • Francisco Sarsfield Cabral
Esta enjoativa controvérsia repete-se há décadas. Com o enfraquecimento das ideologias, os partidos tornaram-se agências de empregos. E empregos, naturalmente, na área dominada directa ou indirectamente pelo Estado. Ou seja, somos nós, contribuintes, a pagar o emprego das clientelas partidárias.
Seria saudável reduzir drasticamente o número de lugares dependentes de nomeação governamental. Compreende-se que nos gabinetes de membros do Governo estejam pessoas da confiança política dos governantes. Mas a Administração Pública deveria ser despartidarizada. Por exemplo, os directores-gerais não mudariam quando muda o Governo.
Foi assim que a França de III e da IV Repúblicas compensou a enorme instabilidade governamental. Instabilidade que, embora em menor grau, também tem existido na democracia portuguesa.