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Francisco Sarsfield Cabral

Greves e chantagem

27 dez, 2011

Os maquinistas da CP fizeram greve antes do Natal e no próprio dia 25. Antes, os pilotos da TAP tinham desconvocado uma greve em cima da hora, não evitando elevados custos à empresa.

Greves e chantagem
Este ano a TAP dará de novo um prejuízo considerável. A falida CP tem uma dívida monumental. São os contribuintes portugueses que pagam todos estes prejuízos, provocados por classes profissionais com salários muito acima da média dos outros trabalhadores.

Os consideráveis transtornos causados a quem se queria deslocar na época natalícia não demoveram os maquinistas. Pelo contrário: a greve foi marcada para esta data visando causar o máximo prejuízo aos clientes da CP, que na esmagadora maioria ganham bem menos do que os maquinistas.

Acontece que maquinistas e pilotos possuem um enorme poder de chantagem. Sem eles, param os comboios e os aviões. Há aqui um uso perverso do direito à greve. Não será fácil evitá-lo sem pôr em causa os direitos democráticos. Mas há que encontrar maneira de, em democracia, pelo menos limitar a capacidade de chantagem de grupos como estes.