15 dez, 2011 • Ribeiro Cristóvão
São do domínio público as dificuldades financeiras por que passam muitos clubes de futebol. A crise acentua-se a casa passo mas, a partir das restrições da banca no que à concessão de crédito diz respeito, as dificuldades têm vindo a aumentar.
Não se trata de uma situação que diga respeito apenas a clubes portugueses. Pelo contrário, os efeitos da crise fazem-se sentir igualmente em outros países, sobretudo do continente europeu.
A diminuição de receitas por um lado, e os altos valores das folhas de vencimentos por outro, contribuem para o sufoco em que vivem muitas colectividades, sem que os seus dirigentes demonstrem capacidade para enfrentar tantos e tão graves problemas.
Muitos atletas são, normalmente, as primeiras vítimas destes desastres financeiros. Os incomportáveis ordenados que auferem acabam por não encontrar nas tesourarias a liquidez correspondente, e daí até chegar ao conflito vai um pequeno passo.
O Natal é, por hábito, uma quadra que se ajusta à resolução de diversos problemas, através de um entendimento nem sempre possível noutras alturas. Porém, não foi esse o entendimento dos jogadores do Rayo Vallecano, um clube espanhol que milita no escalão principal, e no qual a sua gestão tem passado por convulsões que colocam em risco a sua própria sobrevivência.
E assim, todo o plantel de futebol e a respectiva equipa técnica, decidiram não comparecer ao jantar de Natal oferecido pela sua direcção, num claro sinal de protesto contra diversos salários em atraso. O aviso espanhol aí está, tudo indicando que não deva tornar-se um acto isolado.
A realidade actual impõe aos dirigentes a busca de novos caminhos que permitam salvar o futebol do apocalipse que se anuncia há muito tempo.