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Ribeiro Cristóvão

Defender bem

17 nov, 2011 • Ribeiro Cristóvão

Com cerca de oito meses pela frente, este é um aspecto que não deixará de merecer especiais cuidados do seleccionador nacional.

Defender bem

O sector defensivo de qualquer equipa de futebol é, muitas vezes, objecto das mais variadas análises. Sobretudo uma é, no entanto, a mais recorrente.

Recorda que uma boa equipa, para ter qualidade, deve começar a ser construída a partir da defesa, só depois devendo merecer atenção as escolhas para o meio campo e ataque.

Um conceito naturalmente discutível, mas cujo conteúdo merece o assentimento da maioria dos pensadores do futebol.
 
Normalmente, aqueles que têm ao seu serviço sectores defensivos constituídos por jogadores de qualidade, estarão mais perto de chegar ao sucesso com regularidade.
 
Confirma-se esta asserção em muitas equipas de topo por esse mundo fora.

O contrário, isto é, defesas vulneráveis, são consideradas muitas vezes responsáveis por resultados negativos e pela descida de equipas a lugares nada confortáveis nas classificações das provas em que tomam parte.

No que diz respeito à selecção portuguesa, que no próximo ano irá disputar o campeonato da Europa, estamos longe de poder afirmar, com segurança, que possuímos um conjunto onde predomina o equilíbrio.

É verdade que dispomos de um bom sector intermédio, de um ataque de grande qualidade, mas já não se pode dizer o mesmo em relação à defesa, cujas oscilações têm dado muito que falar.

Na fase de grupos do Euro 2012, e no play-off que se lhe seguiu, perante adversários que estão num patamar muito inferior ao nosso, a selecção portuguesa sofreu um inaceitável número de golos: 14 em dez jogos, uma cifra que o sucesso final conseguido não pode disfarçar.

Chipre e Islândia marcaram a Portugal quatro golos cada, a Dinamarca três, a Bósnia dois, e a Noruega um golo.

Com cerca de oito meses pela frente, este é, por isso, um aspecto que não deixará de merecer especiais cuidados do seleccionador nacional.

É que na Ucrânia e na Polónia estaremos perante equipas mais fortes, e com ataques de maior produção do que aquelas que mais recentemente tivemos como adversárias.