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Ribeiro Cristóvão

Primeira parte

10 nov, 2011 • Ribeiro Cristóvão

Oxalá as adversidades de agora se transformem num bom augúrio para a segunda parte de um jogo que então, sim, iremos disputar em Lisboa.

Vamos entrar em campo, amanhã, para cumprir a primeira parte de um jogo cujo objectivo é o de apurar mais um finalista para o próximo Campeonato da Europa. A tarefa apresenta-se rodeada de dificuldades, o que vai exigir aos jogadores portugueses a maior concentração e disponibilidade, mesmo perante condições que se reconhecem como muito adversas.

A comitiva já se encontra na Bósnia vai para 24 horas, e o ambiente de que se rodeia a sua presença não furou as expectativas. A intimidação aos jogadores sobe de tom à medida a que se aproxima a hora do jogo, mas Cristiano Ronaldo tem sido, como se esperava, o alvo preferido dos provocadores de serviço.

Os bósnios assimilaram muito depressa o método que passa pelas alusões constantes a Messi, mas os seus instrutores esqueceram-se de acrescentar que insultos e outras provocações têm constituído um estímulo acrescido, que muito contribui para o aumento de produção do jogador madeirense.

Dificuldade maior passa, sem dúvida, pelo estado em que se encontra o arremedo de relvado em que o desafio vai disputar-se. Fazendo ouvidos moucos a todos os reparos que têm chegado a Nyon, a UEFA persiste em manter Zenica como o local escolhido pelos anfitriões, quando em circunstâncias idênticas, mas em países diferentes, não tem hesitado em vetar diversos estádios.

Estamos todos ainda por perceber qual a razão deste comportamento. Porém, um factor existe que não permite levantar muitas dúvidas: o futebol português não tem um mínimo de força perante as instâncias internacionais para fazer valer os seus direitos, quando as circunstâncias lhe são desfavoráveis.

Temos campeões europeus, possuímos jogadores de altíssima qualidade, os resultados estão à vista, mas falta o prestígio que nos autorize a dar murros na mesa e a reivindicar aquilo que nos possa parecer mais justo. Amanhã vamos, por todas estas razões, lutar contra tudo e contra todos.

Oxalá as adversidades de agora se transformem num bom augúrio para a segunda parte de um jogo que então, sim, iremos disputar em Lisboa.