No sábado, deixou-nos o jesuíta P. Luís Archer. Era também um cientista na área da genética molecular, com autoridade reconhecida a nível nacional e internacional.
Quando jovem padre, Luís Archer foi para os Estados Unidos fazer um segundo doutoramento, não por desejo próprio, mas por vontade da Companhia de Jesus.
Aliás, a revista cultural da Companhia de Jesus, Brotéria, que se publica desde 1902 e de que Luís Archer foi director, era, nas suas primeiras três décadas, uma revista científica, assim chamada em homenagem ao botânico Avelar Brotero.
Além disso, o P. Luís Archer foi uma das vozes mais respeitadas em matéria de bioética. E a sua vida constitui uma prova evidente de como a fé e a ciência se podem articular sem conflito.
O P. Luís Archer situa-se na tradição de muitos jesuítas portugueses que, no passado, trouxeram importantes contributos científicos a Portugal. Essa contribuição foi deliberadamente ignorada e até em parte destruída, sobretudo no tempo do Marquês de Pombal, mas também depois dele.
Uma enorme injustiça, que alguns historiadores começam agora a revelar.