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Francisco Sarsfield Cabral

Um padre cientista

11 out, 2011 • Francisco Sarsfield Cabral

No sábado, deixou-nos o jesuíta P. Luís Archer. Era também um cientista na área da genética molecular, com autoridade reconhecida a nível nacional e internacional.

Um padre cientista
Quando jovem padre, Luís Archer foi para os Estados Unidos fazer um segundo doutoramento, não por desejo próprio, mas por vontade da Companhia de Jesus.

Aliás, a revista cultural da Companhia de Jesus, Brotéria, que se publica desde 1902 e de que Luís Archer foi director, era, nas suas primeiras três décadas, uma revista científica, assim chamada em homenagem ao botânico Avelar Brotero.

Além disso, o P. Luís Archer foi uma das vozes mais respeitadas em matéria de bioética. E a sua vida constitui uma prova evidente de como a fé e a ciência se podem articular sem conflito.

O P. Luís Archer situa-se na tradição de muitos jesuítas portugueses que, no passado, trouxeram importantes contributos científicos a Portugal. Essa contribuição foi deliberadamente ignorada e até em parte destruída, sobretudo no tempo do Marquês de Pombal, mas também depois dele.

Uma enorme injustiça, que alguns historiadores começam agora a revelar.