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Eunice Lourenço

A festa do Pontal

16 ago, 2015

O que foi dito no Pontal foi pouco, simples, mas eficaz. E o que lá se passou mostra que o PS precisa de um golpe de rins para travar trajetória ascendente da coligação.

O mais relevante da Festa do Pontal, com que a coligação governamental marcou o fim-de-semana, não é tanto o que lá foi dito – que foi pouco, simples, mas eficaz –, foi ter acontecido e nos moldes em que aconteceu.

Quem é que há um ano pensava ver agora, a menos de dois meses das eleições legislativas, Paulo Portas, Pedro Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque juntos no mesmo palco, sorridentes e com uma possibilidade de vitória pela frente?

Paulo Portas, no seu discurso, acabou por reconhecer isso mesmo e dizer que só há um mês eles próprios – coligação – viram os primeiros sinais de que a vitória eleitoral será possível. E, como é o PSD, que está mais convencido da possibilidade dessa vitória, Pedro Passos coelho até aponta para uma maioria absoluta, pedindo um resultado inequívoco a 4 de Outubro.

Há, sem dúvida, dentro da coligação, uma esperança renovada na possibilidade de continuar a governar, que tem sido ajudada por alguns resultados económicos e que a parece lançar numa dinâmica de vitória.

Enquanto isso, o PS – que, nesta altura do campeonato eleitoral, devia estar com a vitória garantida – continua enredado nas suas próprias malhas, sejam elas as polémicas com os cartazes, sejam as questiúnculas presidenciais.

Já faltam menos de dois meses para as eleições e a Festa do Pontal mostrou que António Costa ou tem rapidamente um golpe de rins que corte a trajetória ascendente da coligação ou corre o risco de a 5 de Outubro já não ter de se preocupar com a escolha do candidato presidencial do PS.