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Ribeiro Cristóvão

Vida nova

29 jul, 2015

Luis Duque voltará certamente a ser figura no mundo do futebol, depois de atravessar o deserto que agora lhe foi colocado à frente.

A vontade dos clubes que fazem parte dos quadros do futebol profissional tomou ontem a decisão de eleger o ex-árbitro Pedro Proença para presidente da Liga de que fazem parte para um mandato de quatro anos.

A votação não deixou dúvidas e a diferença entre os dois candidatos ficou especialmente patente na vontade dos clubes da primeira divisão. Luis Duque fica pelo caminho, mas o seu exercício ao longo de nove meses não pode nem deve ser menosprezado nem diminuído.

O ex-dirigente do Sporting foi capaz de recuperar a Liga, o organismo voltou a ter credibilidade, e a sua situação financeira deixou de causar preocupações.

Luis Duque voltará certamente a ser figura no mundo do futebol, depois de atravessar o deserto que agora lhe foi colocado à frente.

Pedro Proença tem pela frente uma tarefa exigente face aos desafios que se colocam ao futebol português, prevendo-se que não venha a ser fácil a concretização de algumas das promessas que foi distribuindo no decorrer dos escassos dias que durou a campanha eleitoral.

Há dúvidas sobre a sua experiência numa área muito diferente daquela onde, a partir de agora, passa a militar.

Unir os clubes é uma das mais primordiais tarefas do seu programa, complicada por tudo quanto se conhece, e ficou à vista na cena protagonizada pelo presidente do Gil Vicente, um momento inenarrável bem ao nível do terceiro mundo.

De resto, os poderes da Liga, da qual se escapuliram a arbitragem e a disciplina, não proporcionam grande margem de manobra.

Pedro Proença terá, por isso, de inventar outras fórmulas que ajudem a regenerar um futebol que teima em não revelar capacidade para ir além das nossas fronteiras.