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Francisco Sarsfield Cabral

Aprender com a experiência

09 jul, 2015

Na nossa extrema-esquerda (incluindo a esquerda do PS) foi entusiástica a reacção à "heroicidade" dos 61% que na Grécia votaram "Não".

O drama da Grécia trouxe de novo a lume a questão da soberania. Marine Le Pen, Nigel Farage (líder do britânico UKIP) e outros políticos europeus da extrema-direita saudaram o "Não" no referendo na Grécia como uma manifestação de rebeldia face à “ditadura” de Bruxelas, restaurando a soberania nacional.

Na nossa extrema-esquerda (incluindo a esquerda do PS) foi entusiástica a reacção à "heroicidade" dos 61% que na Grécia votaram "Não".

Mas um país realmente soberano não pode endividar-se loucamente e continuar a pedir mais dinheiro. Para serem coerentes, os soberanistas gregos deviam deixar de pedir ajudas – o que lhes traria uma muito maior austeridade, mas essa é uma outra história.

A frustração dos soberanistas portugueses é terem falhado as inúmeras previsões de que teríamos por cá violentas revoltas “à grega” contra a austeridade. Talvez recordando com saudade feitos “gloriosos” de 1975, como o cerco ao congresso do CDS no Porto, o cerco ao Parlamento, o fogo na embaixada de Espanha.

Felizmente, os portugueses aprenderam com a experiência, do PREC e das vindas do FMI em 1978 e 1983.