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Francisco Sarsfield Cabral

Reformar o euro

29 jun, 2015

O grande problema da eventual concretização destas ou de outras propostas para reformar o euro está em que elas implicam, em regra, maior integração política.

A crise grega tornou evidentes as falhas na arquitectura da moeda única. Passos Coelho, durante longo tempo acusado de não ter ideias e iniciativas próprias sobre a integração europeia, apresentou um conjunto de propostas, com destaque para a criação de um Fundo Monetário Europeu e de um orçamento para a zona euro financiado por recursos próprios (talvez um imposto europeu).

Os ministros da Economia da Alemanha e da França, em artigo conjunto, vão nessa direcção. Já o relatório dos “cinco presidentes” (do Conselho Europeu, da Comissão, do Eurogrupo, do BCE e do Parlamento Europeu) fica aquém das ideias de Passos Coelho e dos ministros francês e alemão.

O grande problema da eventual concretização destas ou de outras propostas para reformar o euro está em que elas implicam, em regra, maior integração política.

Ora o eurocepticismo está em alta na Europa comunitária. Há dias o partido anti-UE da Dinamarca obteve mais de 20% dos votos nas eleições legislativas. Primeiro, haverá que reconquistar as opiniões públicas para o projecto europeu.