Ao longo das negociações, os gregos acabaram por suscitar a hostilidade de todos os seus parceiros no euro.
Tem sido curiosa a estratégia do governo grego. Uma estratégia de provocação frequente e pouco subtil (vejam-se as visitas a Putin), nada favorável a conquistar a simpatia dos credores para o problema grego, a parte fraca da negociação.
Há dias, o primeiro-ministro Tsipras acusou o FMI de “responsabilidades criminais” – o que levou a Directora-Geral desta instituição, a francesa Christine Lagarde, a apresentar-se ao ministro grego das Finanças, Varoufakis, como a “chefe dos criminosos”.
Outro caso foi o governo de Atenas ter entendido ser este o momento para levantar a questão das reparações de guerra devidas pela Alemanha à Grécia. Os gregos até têm alguma razão aqui, mas – como era previsível - a iniciativa caiu mal na opinião pública germânica, que apoiava a permanência da Grécia no euro e deixou então de o fazer.
Os negociadores gregos acabaram por suscitar a hostilidade de todos os seus parceiros no euro, mesmo daqueles que, inicialmente, se mostravam mais disponíveis para ajudar Atenas, como, por exemplo, o ministro francês das Finanças, Michel Sapin. Estranha estratégia…