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Francisco Sarsfield Cabral

Escalada militar

19 jun, 2015

A Rússia não dá quaisquer sinais de querer a paz no Leste da Ucrânia e muito menos de recuar na tomada da Crimeia. E receia ter a NATO perto do seu território.

Os Estados Unidos estudam a possibilidade de enviar cinco mil soldados para o Leste europeu, bem como equipamento militar pesado e novos aviões de combate. Trata-se de defender de ameaças russas países que agora pertencem à NATO (nomeadamente os bálticos), bem como a Ucrânia, que está fora da Aliança. É a primeira vez desde o fim da guerra fria que Washington prepara um gesto deste – os seus aliados europeus não dispõem, hoje, de meios militares credíveis para tranquilizarem os europeus de Leste.

Logo a Rússia respondeu agitando a ameaça nuclear: vai instalar mais 40 mísseis balísticos e novos sistemas de radar. Moscovo deverá gastar mais de 400 mil milhões de dólares na modernização do seu dispositivo militar.

É provável que esta escalada bélica prossiga nos próximos tempos: a Rússia não dá quaisquer sinais de querer a paz no Leste da Ucrânia e muito menos de recuar na tomada da Crimeia. E receia ter a NATO perto do seu território.

É uma nova guerra fria? É, mas sem combate ideológico. Nem por isso será menos perigosa.