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Ribeiro Cristóvão

Há alguma lógica?

18 jun, 2015 • Ribeiro Cristóvão

Um juiz internacional, merecedor de várias distinções nos últimos dois anos, aparece no último lugar da classificação, sujeito portanto à despromoção que o levará a dirigir, na próxima temporada, apenas desafios do Campeonato Nacional de Séniores.

A sempre polémica e discutível classificação dos árbitros de futebol foi ontem tornada pública tendo suscitado de imediato algumas reacções contundentes, que serão certamente ainda mais ampliadas nos dias que vão seguir-se.

Tudo porque, de forma estranha e inédita, um juiz internacional, merecedor de várias distinções nos últimos dois anos, a maior das quais ter sido designado para dirigir a recente final da Taça de Portugal, aparece no último lugar da classificação, sujeito portanto à despromoção que o levará a dirigir, na próxima temporada, apenas desafios do Campeonato Nacional de Séniores.

Trata-se do madeirense Marco Ferreira, tido como um árbitro a quem se augurava um futuro muito promissor pelas indicações que deixou após alguns clássicos, muito quentes, que foi chamado a dirigir quando alguns dos seus colegas preferiam escapar com o rabo à seringa entrando de férias não programadas.

Esta despromoção acarreta, entretanto, uma outra e não menos desagradável incongruência. Marco Ferreira, promovido a árbitro internacional, nessa condição se vai manter até ao próximo dia 31 de Dezembro, como determinam os regulamentos da Fifa.

E a pergunta é: como é que os doutos da arbitragem portuguesa vão resolver esta incómoda situação?

Uma palavra também para o árbitro do ano, Jorge Sousa, merecedor de nota elevada pela irrepreensível época que foi capaz de protagonizar, com destaque para alguns desafios de grau de dificuldade muito elevado.

Já mais difíceis de compreender são o terceiro lugar de Olegário Benquerença e a quarta posição atribuída a João Capela, classificações que suscitam muitas dúvidas quanto aos critérios seguidos pelos observadores encarregados de elaborar as mesmas.