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Francisco Sarsfield Cabral

Segurança e liberdade

15 jun, 2015 • Francisco Sarsfield Cabral

Mais segurança face, nomeadamente, ao terrorismo implica o sacrifício de alguma liberdade e privacidade. Mas é fundamental que os serviços de informação sejam dignos de confiança.

Os serviços secretos portugueses vão ter mais poderes. Por exemplo, aceder a informação bancária, fiscal e de comunicações telefónicas (mas não a escutas do conteúdo das chamadas).

Houve quem notasse a contradição com a recente redução de alguns poderes dos serviços secretos americanos. Estes acediam a centenas de milhões de “e-mails” e chamadas telefónicas, algo que só foi conhecido depois da fuga de dados promovida por Edward Snowden, um ex-colaborador dos serviços de informação dos EUA, agora refugiado na Rússia.

Está aí um dos problemas na apreciação das actividades das “secretas” – serem secretas... Quando os americanos torturavam suspeitos de terrorismo alguns justificavam tal acção dizendo que ela já tinha evitado vários atentados – argumento impossível de saber se era ou não verdadeiro (mesmo que fosse, seria inaceitável, pois os fins não justificam os meios).

Uma coisa é certa: se queremos mais segurança, face ao terrorismo nomeadamente, alguma liberdade e privacidade teremos de sacrificar. Tudo está em que os serviços de informação sejam dignos da nossa confiança.