O Tondela tem agora pela frente um conjunto enorme de desafios que a sua pequena cidade não deixará certamente de ajudar a resolver.
Estavam reservadas para o fim-de-semana grandes emoções na despedida dos dois campeonatos do nosso futebol profissional.
Sabendo-se que o Benfica garantira já a conquista do bi-campeonato, havia essa dúvida sobre a dupla que haveria de assegurar o acesso à divisão principal, num domingo muito escaldante, com cinco estádios a viverem momentos de rara intensidade.
Coube ao Tondela e ao União da Madeira a felicidade de dar esse salto qualitativo que projectou ambas as equipas para maiores ambições mas igualmente responsabilidades acrescidas.
Para os madeirenses, trata-se de um regresso. Pela mão de Vitor Oliveira, um treinador fadado para um cometimento que repete pela sétima vez, sempre em clubes diferentes, o União quebra assim uma ausência de treze anos e volta a juntar-se ao Marítimo e Nacional na afirmação da força do futebol madeirense.
Porém, a novidade maior chama-se Clube Desportivo de Tondela.
Nascido há 82 anos, só em 2006 foi capaz de chegar aos campeonatos nacionais construindo, a partir daí, um percurso que lhe permitiu chegar agora ao “clube dos ricos”.
Ajudando a fazer regressar o futebol maior ao interior do país e ao distrito de Viseu, o Tondela tem agora pela frente um conjunto enorme de desafios que a sua pequena cidade não deixará certamente de ajudar a resolver.
Ao Benfica estava destinada, por estes dias, a aclamação mais sonante, com origem nos sessenta mil adeptos que encheram o estádio da Luz e se propagou por todo o país e pelas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.
Uma festa bonita que ajudou a esbater a imagem deixada uma semana antes em Guimarães e no Marquês, e deu do emblema da águia uma muito mais ajustada e justa dimensão.
No pós-festa começará o tempo de preparar o futuro, sabendo-se que muitas mudanças se perfilam no horizonte, dada a reconhecida necessidade de ajustar o futebol português às suas reais possibilidades.