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Ribeiro Cristóvão

Figo de fora

22 mai, 2015 • Ribeiro Cristóvão

A decisão que agora chega ao público não causa grande surpresa. A FIFA há muito que transmite a imagem de uma equipa onde campeia a corrupção. Blatter vai voltar a vencer para deixar tudo na mesma. Mas em 2019 há novas eleições.

A uma semana do acto eleitoral que há-de determinar a quem caberá governar a FIFA durante os próximos quatro anos, o português Luís Figo abandonou a corrida alegando que não estão reunidas condições para levar a sua candidatura até ao fim.

Sabendo-se que o ex-internacional se debateu ao longo destes dias de campanha com muitas dificuldades, a decisão que agora chega ao conhecimento do público acaba por não causar grande surpresa.

O extenso comunicado em que Luís Figo justifica o abandono de uma corrida em que entrara com enorme entusiasmo e deixa claras as razões por que entende não dever afrontar o actual e futuro (?) presidente, Joseph Blatter.

Figo sabia ao que ia. A FIFA, uma das maiores empresas do mundo, que movimenta biliões de dólares, de há muito transmite a imagem de uma equipa onde campeia a corrupção, e compra o voto com a mesma facilidade com que Figo atirava a bola para as redes adversárias.

Blatter, mesmo sem ter apresentado um programa de governo, vai voltar a vencer.
Com um passado de dirigente universal que suscita muitas interrogações, o suíço herdou do brasileiro João Havelange uma cadeira na qual se sentou para manter tudo na mesma.

Luís Figo lançou pistas para uma próxima candidatura em 2019, já sem a incómoda e indesejável companhia que teve nesta primeira tentativa.

Talvez, até lá, os dirigentes mundiais sejam capazes de adoptar uma nova mentalidade que lhes permita escolher em liberdade, ao contrário do que acontece desta vez.