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Francisco Sarsfield Cabral

A espiral da violência

19 mai, 2015 • Francisco Sarsfield Cabral

Há muito que defendo que os agentes da PSP são demasiado mal pagos, mas isso não desculpa a violência gratuita que, tudo indica, se registou em Guimarães.

Depois de vários dias dominados por lamentáveis casos de violência juvenil – cujas imagens chocantes algumas televisões repetiram até ao vómito – chegou a vez da violência policial.

Não em Lisboa, onde agentes foram alvejados com pedras e garrafas, mas em Guimarães. Aí um subcomissário da PSP agrediu violentamente um pacífico adepto, diante de familiares apavorados, incluindo crianças. A este elemento da PSP foi já instaurado um processo de inquérito a cargo da Inspecção-Geral da Administração Interna.

Há muito que defendo que os agentes da PSP são demasiado mal pagos, face aos riscos que a maioria deles corre, em benefício da segurança da população. Mas essa situação, que urge alterar, não desculpa a violência gratuita que – segundo tudo indica – se registou em Guimarães.

A polícia existe para defender os cidadãos, não para os atacar. Decerto que, em certas circunstâncias complicadas, podem cometer-se erros. Mas esses erros devem ser assumidos e punidos, para que a PSP mereça o nosso respeito. A anunciada abertura de um inquérito ao oficial envolvido neste caso é, por isso, um passo no sentido certo.