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Francisco Sarsfield Cabral

Falta formação profissional

08 mai, 2015 • Francisco Sarsfield Cabral

Continua a pesar o fatal fecho das escolas profissionais. Muito do desemprego em Portugal deve-se à falta de pessoas qualificadas.

“Falta de mão-de-obra trava retoma no têxtil” – esta era a manchete do “Jornal de Notícias” de quarta-feira passada. Num país com tão alta taxa de desemprego, à primeira vista esta afirmação não se entende. Mas, lendo o texto, percebe-se o problema.

A carência de pessoal é sobretudo de quadros intermédios, aos quais já é exigido um certo grau de qualificação. O que tem um lado positivo: a nossa indústria têxtil que resistiu à competição internacional já não assenta na mão-de-obra barata e pouco qualificada (embora os sindicatos se queixem de que os salários no têxtil permanecem baixos).

Por exemplo, os têxteis técnicos, aqueles que hoje mais crescem, implicam elevada incorporação de tecnologia. Ora, cerca de 70% dos desempregados inscritos nos centros do IEFP do Norte têm menos do que o 9.º ano.

Apesar das iniciativas da própria indústria e do IEFP, há um défice de formação profissional. Décadas depois, continua a pesar o fatal fecho das escolas profissionais. E os Institutos Politécnicos parecem, por vezes, mais interessados em serem “universidades” do que na formação profissional.