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Ribeiro Cristóvão

A estrela apagou-se?

24 abr, 2015

Todos quantos vaticinaram a Villas-Boas uma carreira na esteira de José Mourinho, constatam agora que se enganaram redondamente.

André Villas-Boas passa por momentos difíceis na fria cidade de São Pettersburbg. Contratado há dois anos para suceder a Luciano Splaletti, a entrada do treinador português no futebol russo arrastava consigo a esperança de que seria possível conquistar os títulos que haviam escapado ao seu antecessor italiano.

A verdade é que os tempos foram passando e os títulos teimam em não parecer.

Promovendo contratações caras e sonantes como as de Hulk, Witsel, Garay, Javi Garcia e Rondón, que se foram juntar ao inamovível Dany, o horizonte rasgou-se ainda mais, e foi possível passar a sonhar não apenas com todos os títulos russos mas, sobretudo, com a afirmação do Zenit nos areópagos do futebol europeu.

Com o afastamento da principal equipa da antiga Leninegrado da Liga Europa, frente a um Sevilha menos potenciado quanto a valores individuais mas mais forte colectivamente, acaba de se esboroar o sonho do Zenit nas competições da Uefa, restando agora o título russo, que no ano passado Villas-Boas já perdera para o CSKA.

O sucesso de André Villas-Boas à frente do Futebol Clube do Porto pertence cada vez mais ao passado. Depois disso, registou-se a passagem sem sucesso pelo Chelsea, a saída do Tottenham pela porta pequena, e agora esta sucessão de fracassos em que se incluem o afastamento da Liga dos Campeões, a eliminação da Taça da Rússia, e o adeus à Liga Europa, na qual se mantinha com a forte ambição de poder chegar à final e ganhá-la.

Todos quantos vaticinaram a Villas-Boas uma carreira na esteira de José Mourinho, constatam agora que se enganaram redondamente.

A sua estrela, que se acendera e refulgira muito precocemente, talvez de forma injustificada para muitos, está a empalidecer abruptamente e com prováveis reflexos no futuro.

O ex-promissor técnico portista tem desbaratado oportunidades em série. E, como diz lá no brasileiro estado do Rio Grande do Sul o bom povo gaúcho, “cavalo encilhado não passa duas vezes”.