Coloca-se uma dúvida incómoda: Fizeram bem os europeus quando atacaram Khadafi e Hafez Al Assad?
A tardia e insuficiente resposta da UE à mortandade de milhares de imigrantes no Mediterrâneo é reveladora do enfraquecimento do ideal da integração europeia.
Durante anos não houve solidariedade com a Itália para lidar com esta tragédia. Só agora se esboça um princípio de resposta europeia.
E não se vai mais longe porque crescem, em vários Estados-membros da UE, partidos anti-imigração – sendo que o envelhecimento da população na Europa torna necessários mais imigrantes. Além de que esta atitude ignora os direitos humanos que os afogamentos no Mediterrâneo põem em causa.
Claro que, a longo prazo, a solução para o problema está no desenvolvimento económico dos países do Norte de África. Mas, para isso, mais do que de dinheiro, esses países precisam de mercados abertos, sobretudo na agricultura – e a PAC fecha-os.
E coloca-se uma dúvida incómoda: Fizeram bem os europeus quando atacaram Khadafi e Hafez Al Assad? Tiranos detestáveis, decerto, mas o caos e as guerras que subsistem na Líbia e na Síria são o principal impulsionador dos que querem fugir para a UE.