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Francisco Sarsfield Cabral

A banalização das greves

07 abr, 2015 • Francisco Sarsfield Cabral

O sindicalismo subordinado a forças políticas não consegue evoluir e defender os interesses dos trabalhadores na presente fase económica e empresarial.

Vêm aí novas greves nos transportes públicos, prejudicando sobretudo as pessoas que, tendo pago passe, não têm carro.

Mas isso pouco importa aos promotores das greves – eles sabem que elas não terão a menor influência nas privatizações que pretendem combater. Servem, sim, para mostrar que o Partido Comunista e a extrema-esquerda ainda pesam em Portugal – “assim se vê a força do PC”, era um slogan conhecido há uns anos.

Este tipo de sindicalismo, subordinado a forças políticas, não consegue evoluir e defender os interesses dos trabalhadores na presente fase económica e empresarial – que lhes é desfavorável.

Sensatamente, um homem com uma longa experiência sindical, João Proença, disse à Renascença que “os sindicatos não deveriam declarar a greve pela greve e alguns fazem-no”. Assim, as greves “foram perdendo impacto perante a opinião pública e os governos”.

É significativo que, segundo o “Correio da Manhã”, António Costa rejeite João Proença para suceder a Silva Peneda na presidência do Conselho Económico e Social. Um nome sugerido pelo sucessor de Proença como líder da UGT, Carlos Silva.