Tendo sido o primeiro com coragem de enfrentar Ricardo Salgado, o actual governador do Banco de Portugal foi por ele enganado. Mas a sua experiência pode contribuir para a melhoria do nosso sistema de supervisão bancária.
A supervisão da banca não é um problema resolvido em parte alguma. Os banqueiros queixam-se que depois da crise do “subprime” surgiram leis a mais, assim como excessiva interferência dos supervisores. Pelo contrário, muitos analistas julgam haver regras a menos e supervisores complacentes.
Quando governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio foi acusado de ter falhado na supervisão, não evitando escândalos como os do BPN ou do BPP. O seu sucessor, Carlos Costa, é agora alvo de críticas por causa do colapso do BES e do GES.
Carlos Costa propõe medidas para tornar a supervisão bancária mais eficaz. Por exemplo, criando uma supervisão para os auditores externos. E disse ter “muitas reservas na ligação entre a banca de retalho e a de investimento”.
Tendo sido o primeiro com coragem de enfrentar Ricardo Salgado, Carlos Costa foi por ele enganado. Mas a sua experiência permite-lhe contribuir para a melhoria do nosso sistema de supervisão bancária, que desde Novembro é comandado pelo BCE. Ora o BCE, como parte da “troika”, nada descobriu no BES ao longo de três anos…