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Francisco Sarsfield Cabral

A racionalidade das famílias

16 mar, 2015 • Francisco Sarsfield Cabral

Muitas famílias recuperaram algum poder de compra. Ora, o facto mais positivo está em que, apesar dessa pequena recuperação, a maioria das famílias manteve o padrão sóbrio de consumo a que a crise obrigou.

Em 2014, a dívida das famílias portuguesas baixou de 91,3% para 87,5% do PIB. Já no ano anterior essa dívida tinha descido. É um processo longo, que terá de prosseguir.

Mas o clima é hoje menos pessimista do que há dois ou três anos. Muitas famílias recuperaram algum poder de compra. Ora, o facto mais positivo está em que, apesar dessa pequena recuperação, a maioria das famílias manteve o padrão sóbrio de consumo a que a crise obrigou.

Um estudo da escola de marketing IPAM, citado pelo “Diário de Notícias”, revela que os cortes no consumo feitos há três anos pelas famílias se mantêm agora, na maioria dos casos. Ou seja, os hábitos de moderação no consumo ficaram, não obstante as perspectivas económicas serem hoje menos negras. O que evidencia a racionalidade do comportamento das famílias.

Quando os juros baixaram e o poder político dizia que tudo corria pelo melhor na economia, as pessoas consumiram em força, frequentemente endividando-se. Depois assustaram-se com a crise e hoje permanecem prudentes. Perceberam que a riqueza a crédito não é solução.