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Ribeiro Cristóvão

Quo vadis, futebol?

11 fev, 2015

Infelizmente, o futebol está a gerar com frequência fenómenos deste tipo, que se não forem estancados a tempo poderão, a curto prazo, acarretar consigo males maiores e comprometer o futuro.

Os mais recentes desafios entre Sporting e Benfica têm sido pasto para chamas que ontem atingiram o seu ponto mais alto com o corte de relações entre as direcções dos dois clubes, a partir da iniciativa do presidente leonino Bruno de Carvalho.

A sucessão de acontecimentos que esteve na origem deste final evitável é por demais conhecida e nem sequer merece voltar a figurar no elenco de tudo quanto se tornou relevante nos últimos sete dias.

Houve provocações de ambos os lados, é certo, mas a mais visível foi sem dúvida aquela que envolveu a desgraçada morte de um adepto em pleno estádio nacional no decorrer da final da Taça de Portugal de 1996, provocada pelo arremesso de um very-light por um energúmeno da bancada adversária.

Essa triste memória foi assim desrespeitada, como foi igualmente a de outras figuras de sinal contrário às quais é devido o mesmo respeito. Infelizmente, o futebol está a gerar com frequência fenómenos deste tipo, que se não forem estancados a tempo poderão, a curto prazo, acarretar consigo males maiores e comprometer o futuro.

As reacções de um lado e de outro aconteceram a quente. Bruno de Carvalho, que já emitira um primeiro comunicado, ao tomar conhecimento da lamentável e desastrada intervenção do director de comunicação do Benfica decidiu oficializar o corte de relações, que há muito se sabiam não passarem de pura ficção.

Perante este quadro, ocorre perguntar: para onde caminha o nosso futebol? Será que os seus principais responsáveis querem afastar do jogo o público que lhe tem sido fiel, mas que valoriza, acima disso, a sua própria segurança? Quem detém o poder (Federação, Liga,etc…), ainda não tomou posição relativamente a tudo isto, porquê? Serão os próprios detentores do negócio a querer matar a galinha dos ovos de ouro?

Enfim, dúvidas que a todos assaltam numa altura em que se teme que a escalada que desabou nos últimos dias sobre o futebol português atinja proporções irremediáveis.