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Ribeiro Cristóvão

Ventos contrários

04 fev, 2015

Nuno Espírito Santo está a passar dias difíceis no país vizinho. Como tantas vezes, na vida e no futebol, são os alcatruzes da nora a funcionar.  Oxalá tudo mude. E rapidamente.

Os ventos começam a soprar em sentido pouco favorável ao trabalho do treinador Nuno Espírito Santo no clube mais importante da “terra mítica”, o Valência Clube de Futebol.

Chegado à cidade em Agosto passado por entre muita desconfiança, por não possuir currículo suficiente para assumir um clube de tão grande dimensão, a novidade traduzia, sobretudo, uma aposta do seu empresário, Jorge Mendes que, recorda-se, iniciou a sua carreira profissional levando o então guarda-redes Nuno até às balizas do Deportivo da Corunha.

Na Espanha, e um pouco em consonância com a aversão que existe nos meios desportivos do país a tudo o que chega importado do futebol português, a contratação de Nuno Espírito Santo foi recebida com alguma desconfiança. Que atingiu proporções tais, que chegaram ao ponto uma sondagem popular ter sugerido que aquele técnico seria o primeiro a sentir os efeitos do chicote.

Contrariando essas previsões, os resultados começaram a aparecer por força de agradáveis exibições recebidas com fartos aplausos pela generalidade dos adeptos valencianos.
O momento mais alto foi mesmo quando o Valência derrotou o todo-poderoso Real Madrid,  em 4 de Janeiro, deixando aí indicações que havia bons motivos para pensar no acesso à próxima Liga dos Campeões.

Só que nos últimos jogos disputados a equipa não tem estado bem, e nem os reforços entretanto chegados, com Enzo Perez no destaque principal, chegaram para melhorar a situação.

A mais recente derrota frente ao rival Málaga mudou um pouco o sentido dos ventos que sopravam a favor de Espírito Santo. A equipa caiu para o quinto lugar, ultrapassada pelo Sevilha, joga no domingo em Barcelona com o Espanhol, e aí a situação pode agravar-se, caso o Valência não regresse da capital da Catalunha com ponto(s) na bagagem.

Nuno Espírito Santo está a passar dias difíceis no país vizinho. Como tantas vezes, na vida e no futebol, são os alcatruzes da nora a funcionar.  Oxalá tudo mude. E rapidamente.