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Francisco Sarsfield Cabral

Na morte de Miguel Galvão Teles

23 jan, 2015

A qualidade que nacional e internacionalmente lhe era reconhecida nunca o impediu de fazer amizades com as mais diversas pessoas.

Com a morte de Miguel Galvão Teles Portugal perdeu um dos seus mais notáveis juristas dos últimos sessenta anos.

Desde o tempo da Faculdade de Direito de Lisboa, onde fui colega do Miguel, que ele não apenas nos espantava com a sua capacidade de raciocínio como a aplicava à Filosofia do Direito, ao Direito Constitucional e a outros ramos jurídicos.

Várias vezes esteve quase a doutorar-se, mas acabou sempre por desistir, chamado pelos urgentes trabalhos da advocacia, da qual precisava para sustentar a família. Tomaram muitos doutorados em Direito possuir a cabeça do Miguel Galvão Teles…

Mas o Miguel não era só um jurista de excepcional inteligência e profundidade de saber. Era uma excelente pessoa, sem qualquer espécie de vaidade, sempre procurando ajudar os outros.

A qualidade que nacional e internacionalmente lhe era reconhecida nunca o impediu de fazer amizades com as mais diversas pessoas, mesmo de nível intelectual muito abaixo do seu. Muita gente vai sentir a sua falta.