Tempo
|

Francisco Sarsfield Cabral

Ameaças em Moçambique

16 jan, 2015

Os 89 deputados da Renamo eleitos nas recentes eleições legislativas, que Dhlakama considerou fraudulentas, não ocuparão os seus lugares no Parlamento moçambicano. Mais grave ainda, o líder da Renamo anunciou ir criar uma república no Norte e Centro de Moçambique, a que ele presidiria. 

Moçambique tem um novo Presidente da República, Filipe Nyusi. Na cerimónia de posse participou um único chefe de Estado europeu, Cavaco Silva, mas não o líder da Renamo, na oposição, Afonso Dhlakama.

Os 89 deputados da Renamo eleitos nas recentes eleições legislativas, que Dhlakama considerou fraudulentas, não ocuparão os seus lugares no Parlamento moçambicano. Mais grave ainda, o líder da Renamo anunciou ir criar uma república no Norte e Centro de Moçambique, a que ele presidiria. 

Este é o grande problema que hoje se coloca a Moçambique e ao seu novo Presidente. É certo que a Renamo diz que não vai relançar a luta armada – mas não se vê como, de outro modo, poderá Dhlakama tentar concretizar a tal república.

A África austral e nomeadamente Moçambique (com a ajuda do gás natural) dão sinais de estarem a sair do subdesenvolvimento económico. O crescimento africano tem sido travado pela corrupção dos políticos e pelas lutas armadas. Entre 1976 e 1992 a guerra entre a Frelimo e a Renamo terá feito um milhão de mortos. Oxalá Moçambique não caia, de novo, nessa armadilha.