15 jan, 2015
A política seguida pela chanceler Merkel quanto ao euro e à austeridade tem merecido justificadas críticas.
Mas a chanceler alemã merece um rasgado elogio pela forma como tem reagido às “marchas anti-islâmicas” no seu país.
Várias vezes Merkel criticou sem ambiguidades essas manifestações de intolerância.
Na terça-feira prometeu que o seu governo usaria de rodos os meios ao seu alcance para combater a intolerância e a discriminação, considerando “humanamente repreensível” a exclusão de certos grupos. Compare-se esta atitude firme com, por exemplo, a do primeiro-ministro britânico. Cameron vai adoptando as posições xenófobas do UKIP, para não perder votos para ele.
A posição de Merkel é tanto mais de realçar quanto, segundo uma sondagem anterior aos acontecimentos de Paris, 57% dos alemães não muçulmanos se sentem ameaçados pelo Islão. O partido democrata-cristão da Baviera (CSU) já mostrou alguma simpatia pelo anti-islamismo. E na própria CDU de Merkel há quem seja desfavorável à imigração de islâmicos. Exige coragem política falar deste problema como Merkel.