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Francisco Sarsfield Cabral

Islão e terrorismo

08 jan, 2015

O terrorismo dos grupos islâmicos radicais tem que ser combatido. Mas não é sério identificar os muçulmanos com o terror e a barbárie, que envolve uma pequena minoria.

O terrível atentado em Paris contra o semanário satírico "Charlie Hebdo" vai reforçar a hostilidade aos muçulmanos em França, beneficiando o partido de Marine Le Pen.

O semanário publicara em 2011 caricaturas de Maomé, tendo sido depois várias vezes atacado, mas não com este grau de barbaridade. Os autores do mortífero atentado de ontem gritaram: “vingámos o profeta”.

O terrorismo dos grupos islâmicos radicais tem que ser combatido por todos os meios. Mas não é sério identificar os muçulmanos com o terror e a barbárie, que envolve uma pequena minoria.

Nessa perspectiva, a sociedade civil alemã está a dar um exemplo encorajador. Perante as manifestações anti-islâmicas, políticos, ex-chanceleres (como Helmut Schmidt e Gerhard Schroeder), desportistas, actores e outras celebridades tomaram posição pública repudiando o anti-islamismo. E realizaram-se manifestações nesse sentido em várias cidades da RFA.

Esperemos que o exemplo germânico ajude a travar, em França, reacções racistas e xenófobas à mortandade no semanário Charlie Hebdo.