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Ribeiro Cristóvão

Exemplo singular

23 dez, 2014 • Ribeiro Cristóvão

O clube da Cruz de Cristo está a realizar uma temporada marcada por assinalável qualidade, que nos faz recuar aos seus melhores tempos.

Num tempo em que muito se fala de formação e da necessidade de promover cada vez mais o jogador português, o Belenenses surge como um exemplo que merece hoje uma referência muito especial e que deve ser posto a todos os clubes, sem excepção.

No desafio que disputou ontem em Vila do Conde, frente ao credenciado Rio Ave, que ainda recentemente tomou parte numa competição internacional importante, a Liga Europa, a equipa do Belenenses chegou a actuar com dez jogadores portugueses, dos quais cinco saídos da formação nas suas escolas.

O clube da Cruz de Cristo está a realizar uma temporada marcada por assinalável qualidade, que nos faz recuar aos seus melhores tempos, quando ombreava com os grandes do futebol português e não raras vezes lhes fazia negaças.

A equipa comandada por Lito Vidigal ocupa o sétimo lugar apenas a seis pontos de distância do terceiro classificado, mercê de seis vitórias e quatro empates alcançados a que se juntam quatro derrotas, um score apreciável face ao baixo investimento feito até aqui.

Vão longe os tempos em que o clube que imortalizou Matateu era considerado o quarto grande do futebol português.
As dificuldades que entretanto foi encontrando em caminhos nem sempre fáceis de percorrer, obrigaram o Belenenses a deixar esse grupo e a perder alguma da importância que teve no passado, bem como da projecção alcançada a nível nacional.

Mas em momentos como este é justo trazer de novo à ribalta uma colectividade que, sem grande clamor, está a investir nos jovens portugueses que têm no futebol a sua paixão, e a fazerem por eles aquilo que outros, com condições bem mais favoráveis, preferem tentar no estrangeiro conluiados com empresários por vezes pouco escrupulosos.

Por uma vez, reconheça-se ao Belenenses o mérito do seu exemplo e louve-se a sua coragem.