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Francisco Sarsfield Cabral

Macau e os casinos

22 dez, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Macau é hoje o maior centro de jogo do mundo, mas o seu futuro económico depende da capacidade para atrair turistas que não estejam apenas interessados em apostar.

Há quinze anos o território de Macau foi integrado na administração da China. Também ali houve protestos reclamando mais democracia. Mas esses protestos foram muito menos expressivos do que os realizados em Hong Kong – aí a tradição democrática britânica tem peso, enquanto em Macau a secular administração portuguesa foi alheia a ideais democráticos durante a maior parte do tempo.

Macau é hoje o maior centro de jogo do mundo. Mas as receitas dos casinos estão a baixar desde há meses, depois de Pequim anunciar que a polícia chinesa iria combater a entrada de dinheiro ilegal no território, no quadro da campanha anti-corrupção do Presidente da China. Ora em Macau as receitas não provenientes do jogo representam, quando muito, 10% das receitas totais, enquanto em Las Vegas valem 60%.

Assim, o futuro económico de Macau depende da sua capacidade para atrair turistas que não estejam apenas interessados em apostar nos casinos. Para já, a Fitch prevê uma queda de 1% na economia deste território de meio milhão de habitantes. Não será fácil mudar uma economia assente em 80% no jogo.