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Francisco Sarsfield Cabral

Privatizar a TAP

17 dez, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Desde 1998 que se tenta privatizar a TAP – primeiro era a busca de “parceiros estratégicos”, depois falharam outras hipóteses.

A TAP dava lucro quando existiam os “mercados cativos” das colónias. Depois nunca mais encontrou um rumo sustentável. A responsabilidade só em pequena parte (a ruinosa compra de uma unidade brasileira de manutenção) pode ser assacada à gestão da empresa. É que, como escreveu Vital Moreira, “a TAP constitui desde há muito uma espécie de condomínio entre o Estado e os sindicatos, que exercem um eficaz poder de veto na gestão da empresa”.

É esse poder que está em causa. As invocadas “razões patrióticas” para manter a TAP na esfera do Estado são mero disfarce ou preconceito ideológico.

Recorrer à capitalização da TAP através de uma eventual entrada na bolsa (caso dos CTT) é uma fantasia, dada a situação financeira e laboral da empresa. Desde 1998 que se tenta privatizar a TAP – primeiro era a busca de “parceiros estratégicos”, depois falharam outras hipóteses. Entretanto, Iberia, Lufthansa, British Airways, Air France, etc., são hoje privadas. As estatais Sabena e a Swissair faliram. E quem trouxe ao Porto o turismo estrangeiro foi a privada Ryanair. É urgente privatizar a TAP.