Putin e a crise económica

Agrava-se a crise económica na Rússia. Prevê-se uma recessão em 2015. Os preços da alimentação sobem rapidamente, assim como os do vestuário e calçado (90% importados) e dos medicamentos (70% importados).

A crise já vem de há anos, mas agravou-se recentemente por três motivos. Dois ligados ao confronto com a Ucrânia: as sanções internacionais começam a doer (por exemplo, dificultando a empresas russas o acesso ao crédito externo) e o Estado russo tem agora gastos na Crimeia e no Leste da Ucrânia. Em terceiro lugar, e mais importante, a baixa do preço do petróleo levou o rublo a perder quase metade do seu valor cambial nos últimos meses.

Putin aproximou-se agora da Turquia, país membro da NATO que Moscovo se esforça por afastar do Ocidente. As dificuldades económicas que a Rússia atravessa podem ter efeitos opostos: refrear a agressividade de Putin em relação aos EUA e à Europa; ou, pelo contrário, levá-lo a multiplicar medidas e gestos hostis aos ocidentais, para de algum modo compensar psicologicamente a população russa da baixa do seu nível de vida. É uma situação perigosa.