Preocupações económicas

No último fim-de-semana reuniu na Austrália o G20, agrupando os vinte países mais poderosos do mundo. Nada de relevante aconteceu, como de costume; apenas dali saíram promessas de esforços conjuntos para reanimar a economia global até 2018.

É claro o abrandamento da economia mundial. A China cresce agora menos e o Brasil quase não cresce. O Japão entrou de novo em recessão, apesar das medidas monetárias expansionistas do seu banco central. A Rússia provavelmente já estará em recessão, sobretudo por causa da queda no preço do petróleo. Esta queda poderá, pelo contrário, ajudar a zona euro a sair do actual marasmo. Mas não chega: o BCE admite comprar dívida soberana.

O mais preocupante, na minha opinião, é que os EUA estão com um razoável crescimento económico (apesar de uma inesperada queda na produção industrial), mas os americanos estão angustiados e descontentes. Nos EUA a classe média praticamente não melhora de situação desde há décadas. Entretanto,16 mil famílias americanas (0,01% da população) acumulam hoje 11,2% de toda a riqueza do país, algo que não acontecia desde 1916.