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Francisco Sarsfield Cabral

A banca debaixo de fogo

13 nov, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Parece não se ter desvanecido o clima de “vale tudo”, que muitos atribuem à cultura própria dos bancos de investimento, cultura de alto risco e escassa prudência.

Como se sabe, em Portugal os bancos não têm primado pela lisura de processos, salvo honrosas excepções. Também na grande banca internacional tem havido inúmeros problemas, apesar de a crise financeira global desencadeada em 2007 nos Estados Unidos (e resultante da irresponsabilidade na concessão de crédito) ter alertado muita gente.

Mas parece não se ter desvanecido o clima de “vale tudo”, que muitos atribuem à cultura própria dos bancos de investimento, cultura de alto risco e escassa prudência, que se teria estendido a todo o sector bancário.

Há pouco foi o escândalo da manipulação da taxa Libor por importantes bancos. Depois, bancos que furaram as sanções ao Irão e terão financiado terroristas. Agora, os reguladores americanos, britânicos e suíços aplicaram multas no valor total de 3,4 mil milhões de dólares a cinco grandes bancos: RBS, J. P. Morgan, Citi, HSCB e UBS – o processo do Barclays ainda não está concluído. Estes bancos ter-se-ão conluiado para influenciarem ilegalmente mercados de câmbio.

Tarda a impor-se na banca uma cultura de ética e de sentido da responsabilidade.