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Francisco Sarsfield Cabral

Taxas boas e taxas más

12 nov, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Alegadamente, estas taxas irão financiar investimentos turísticos da Câmara lisboeta, que ninguém sabe quando e até se de facto se concretizarão.

O crescimento das exportações abrandou muito, reforçando a urgência de estimular o turismo estrangeiro. Daí não ser oportuna a aplicação, pela Câmara de Lisboa, de duas taxas sobre os turistas: aos estrangeiros e nacionais que entrem em Lisboa pelo aeroporto e pelo porto; e aos turistas que durmam em hotéis lisboetas. Felizmente as outras câmaras na área da grande Lisboa não alinharam na iniciativa.

Alegadamente, estas taxas irão financiar investimentos turísticos da Câmara lisboeta, que ninguém sabe quando e até se de facto se concretizarão. Por isso há quem considere inconstitucionais estas taxas.

Um euro por passageiro e outro por dormida (este só a partir de 2016) é uma quantia pequena. Mas então porque suscitou tanta indignação a taxa de dez cêntimos sobre sacos de plástico? Nesta taxa pretende-se diminuir o uso de plástico, mau para o ambiente. Já as taxas sobre turistas não atraem ninguém.

Talvez a distinção entre taxas boas e más esteja em quem as lança. Taxas decididas pela esquerda são óptimas por definição, se for a direita a fazê-lo são péssimas.